DOI: 10.53524/lit.edt.978-65-84528-37-6/03
PALAVRAS CHAVE: Segurança do Paciente, Surdez, Comunicação.
KEYWORDS: Segurança do Paciente, Surdez, Comunicação.
ABSTRACT: INTRODUÇÃO: A comunidade surda no Brasil enfrenta desafios significativos no acesso aos serviços de saúde, com barreiras na comunicação que podem resultar em erros diagnósticos, tratamentos inadequados e situações constrangedoras, sofrimento e insatisfação do usuário, além da não adesão ao tratamento. A efetividade da comunicação é essencial para a segurança do paciente, e a falta de preparo dos profissionais de saúde nesse contexto pode comprometer a qualidade do atendimento. OBJETIVO: Identificar desafios e soluções na comunicação com pacientes surdos para uma prática segura em saúde. MÉTODOS: Realizou-se uma pesquisa narrativa através do Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com levantamento de publicações realizado em fevereiro de 2024. Os descritores utilizados foram " segurança do paciente," " surdos," " comunicação," e " Libras." Foram estabelecidos critérios de inclusão, selecionando textos completos em português publicados nos últimos 05 anos. A busca resultou em 02 (dois) artigos sobre " surdo," 53 sobre " segurança do paciente," e 21 sobre " Libras." Foram escolhidos 10 artigos relevantes para atender aos objetivos propostos. RESULTADOS: A análise dos artigos selecionados revelou que a comunicação efetiva é crucial para a segurança do paciente, mas a falta de formação específica dos profissionais de saúde tem sido um obstáculo significativo que contribui diretamente para algumas dificuldades, como comunicação clara e eficiente no contexto cínico e segurança no plano terapêutico proposto pelos profissionais. A necessidade de incluir a Língua Brasileira de Sinais (Libras) nas práticas de ensino e treinamento prévio para os profissionais de saúde foi destacada como uma medida essencial para superar essas barreiras, visto que esta língua é parte da cultura e identidade da comunidade surda, devendo, portanto, ser reconhecido por todos os profissionais. CONCLUSÃO: Este estudo ressalta a importância da comunicação efetiva na segurança do paciente, especialmente para a comunidade surda. A falta de profissionais de saúde treinados em Libras destaca a necessidade urgente de incorporar a formação específica nesse sentido. A utilização de mediadores na comunicação, muitas vezes não familiarizados com os protocolos de segurança do paciente, pode potencializar riscos. É imperativo abordar essas lacunas por meio de treinamentos teórico-práticos e ações direcionadas. Torna-se imprescindível a verdadeira inclusão social através de mecanismos efetivos, como por exemplo, a institucionalização da Libras nos serviços de saúde, uso de placas de identificação com gravuras em língua de sinais, uma vez que a libras é legalmente reconhecida como meio de comunicação e expressão oriunda das comunidades surdas no Brasil desde 2002, conforme sancionado pela lei nº: 10.436. A surdez na relação profissional-paciente não deve ser considerada como doença (salvo exceção, se este for o motivo do tratamento), mas sim como obstáculo linguístico a ser vencido, cabendo às instituições de serviços de saúde e aos profissionais uma adaptação a esta realidade linguística. Assim, viabilizar acessibilidade requer, para além da capacitação, a conscientização da demanda dos pacientes desta comunidade e da notoriedade do cuidado integral, individualizado e humano, conforme estabelecidos pelos princípios e diretrizes do SUS.
Antônio Galan Júnior
Cleidinara Silva de Oliveira
Douglas Rodrigues Silva
Eliane Bergo de Oliveira Andrade
Ilana Maria Brasil do Espírito Santo
Luciana da Silva Torres Carvalho
Wendell Emanoel Marques de Oliveira
Desenvolvido por Alexsander Arcelino