DIAGNÓSTICO DA ENDOMETRIOSE NA ATENÇÃO BÁSICA E QUESTÕES SOCIOCULTURAIS ASSOCIADAS

DOI: 10.53524/lit.edt.978-65-84528-37-6/11

PALAVRAS CHAVE: Atenção Básica, Endometriose, Diagnóstico.

KEYWORDS: Atenção Básica, Endometriose, Diagnóstico.

ABSTRACT: INTRODUÇÃO: A endometriose é a presença anormal de tecido endometrial fora do útero, causando sintomas como dor pélvica crônica e disfunção reprodutiva. Afeta até 10% das mulheres e está presente em 50% dos casos de infertilidade. No entanto, pacientes com endometriose normalmente enfrentam um atraso no diagnóstico de 7 a 10 anos. Nesse contexto, a doença continua a ser pouco reconhecida na prática, levando a diagnósticos errados e cuidados de qualidade inferior. O caminho para o diagnóstico geralmente começa nos cuidados primários, necessitando de uma atenção especial à avaliação inicial dos sintomas e ao possível encaminhamento. OBJETIVO: Analisar as dificuldades encontradas para o diagnóstico da endometriose na atenção básica, destacando como os diversos sintomas da doença podem levar a erros no diagnóstico e tratamento. Além disso, examinar como os estigmas sociais associados à saúde feminina dificultam a busca por atendimento, avaliando a relação médico-paciente de forma ampla. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura científica sobre as dificuldades de diagnóstico da endometriose. Os critérios de seleção dos artigos seguiram as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Foram incluídos estudos publicados até 2015 em periódicos indexados no PubMed, SciELO e Web of Science. As palavras-chave utilizadas foram " endometriose" e " atenção básica" . Foram considerados artigos em inglês e português que abordassem a dificuldade de diagnóstico. Os dados de 8 artigos selecionados foram discutidos e interpretados, apresentando conclusões fundamentadas na análise dos artigos selecionados. RESULTADOS: A análise dos artigos revelou uma série de desafios no diagnóstico da endometriose na atenção básica. Entre os principais fatores estão as atitudes culturais que normalizam a menstruação dolorosa e a falta de atualização sobre diretrizes que distinguem entre o normal e o patológico, dificultando a consolidação do diagnóstico. Além disso, a diversidade de sintomas apresentados, a sobreposição com condições benignas e o baixo índice de suspeita tanto na atenção primária quanto na secundária contribuem para que pacientes com endometriose sejam negligenciadas. Consequentemente, médicos exploram várias possibilidades diagnósticas para excluir outras causas e utilizam ensaios de tratamento tanto como intervenções terapêuticas quanto como ferramentas de diagnóstico, prolongando ainda mais o tempo até o diagnóstico definitivo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os diagnósticos errados e o manejo inadequado da endometriose têm um impacto significativo na vida das pacientes, frequentemente resultando em frustração e sofrimento evitáveis. É fundamental que os profissionais de saúde da atenção primária estejam bem informados sobre os sintomas e as abordagens de diagnóstico da endometriose, mantendo um alto índice de suspeita clínica ao lidar com pacientes que apresentem sintomas sugestivos. A conscientização pública sobre a endometriose e a superação dos estigmas sociais associados à saúde feminina também são essenciais para garantir que as pacientes recebam o tratamento adequado o mais cedo possível. Em última análise, uma abordagem holística e centrada no paciente é fundamental para melhorar o reconhecimento e o manejo dessa condição comum e frequentemente debilitante.

Autor

  • Karolline Krambeck

  • Lourdes Maria Silva de Assis

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