DOI: 10.53524/lit.edt.978-65-84528-37-6/15
PALAVRAS CHAVE: Epidemiologia Descritiva, Catarata, Saúde Pública.
KEYWORDS: Epidemiologia Descritiva, Catarata, Saúde Pública.
ABSTRACT: INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, a caracterização epidemiológica dos casos de catarata no estado do Piauí emergiu como uma área de estudo de relevância primordial no campo da saúde pública e oftalmologia. A catarata, uma patologia ocular multifatorial caracterizada pela opacificação progressiva do cristalino, constitui uma das principais causas de deficiência visual e cegueira tratáveis em escala global. Diante da necessidade premente de abordagens preventivas e terapêuticas eficazes, a análise detalhada da distribuição dos casos, bem como das características demográficas, clínicas e de gestão dos casos de catarata, assume um papel central na formulação de políticas de saúde pública direcionadas e na alocação eficiente de recursos. OBJETIVO: Caracterizar os casos de catarata no Piauí no período de 2018 a 2023. MÉTODOS: Estudo epidemiológico descritivo e retrospectivo do tipo ecológico, desenvolvido por meio do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), vinculado ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A Classificação Internacional de Doenças (CID-10) adotada foi a H28 - “Catarata e outros transtornos do cristalino em doenças classificadas em outra parte”. Coletaram-se as variáveis: ano de atendimento, estabelecimentos, caráter de atendimento, faixa etária, sexo e raça/cor. A análise dos dados ocorreu mediante estatística descritiva simples. RESULTADOS: Verificou-se a ocorrência de 256 casos de catarata no Piauí no período de 2018 a 2023. O ano com maior número de casos realizadas refere-se a 2018 (n=51) e o menor 2023 (n=29). No que se refere a estabelecimentos, houve maior concentração de atendimentos primários no Hospital Getúlio Vargas (n=238) e no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (n=17), ambos estabelecimentos localizados na capital piauiense. Em relação ao caráter de atendimento, 93,75% foram considerados eletivos. Concernente a características dos pacientes, na faixa etária identificaram-se extremos, com 39,45% dos casos em pessoas de um a 14 anos e 36,71% em sujeitos com idade entre 50 e 79 anos. Relativo ao sexo, 58,20% das pessoas acometidas pela catarata eram do sexo masculino. No que se refere à raça/cor, 89,45% das pessoas eram pardas. CONCLUSÃO: Os achados revelam uma distribuição heterogênea dos casos ao longo do período analisado, com variações significativas entre os anos. A predominância de atendimentos eletivos sugere uma demanda preponderante por procedimentos planejados e não emergenciais. Quanto às características demográficas dos pacientes, observa-se uma distribuição ampla em termos de faixa etária, com destaque para a presença considerável de casos em crianças e idosos. A presença de catarata em crianças pode estar relacionada a causas congênitas, como anomalias genéticas e lesões oculares traumáticas, enquanto nos idosos, a catarata é mais comumente associada ao envelhecimento e fatores de risco como exposição à luz ultravioleta e diabetes mellitus. A predominância masculina e a alta representatividade da população parda nos casos de catarata ressaltam a importância da equidade de gênero e étnico-racial na provisão de cuidados oftalmológicos. Esses achados destacam a necessidade de estratégias de prevenção, detecção precoce e tratamento acessível e equitativo para enfrentar o desafio da catarata no contexto do estado do Piauí.
Bruno César Fernandes
Clóvis Corrêa de Carvalho
Erica Cristina dos Santos Schnaufer
Francisco Lucas de Lima Fontes
Mariana Ayremoraes Barbosa
Napoleão Bonaparte de Sousa Júnior
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