Publicado em 31 de agosto de 2023 - 19:03
As técnicas de estatística descritiva são empregadas para resumir os dados da amostra, de modo que as características do grupo de participantes serem rapidamente captadas pelo leitor. A síntese se dá por meio de percentuais, médias, desvios-padrão e outras técnicas. O leitor encontra detalhes sobre o assunto em textos de estatística sob a rubrica medidas de posição e medidas de variabilidade (ou de dispersão). Tabelas e gráficos são formas adequadas de revelar dados estatísticos.
Na maioria das vezes, não há necessidade de informar as técnicas de estatística descritiva utilizadas pelo autor. Elas são facilmente reconhecidas pela inspeção das tabelas do artigo científico.
Por exemplo:
“Calcularam-se a média e o desvio padrão para os dados paramétricos ou a mediana e o intervalo interquartil para os dados não paramétricos”
Essa frase é desnecessária, no artigo científico, pois o uso das medidas de síntese e de variabilidade decorre das características da variável e da amostra. A média e o desvio padrão requerem distribuição paramétrica (em forma de sino ou curva normal). Para as variáveis que não têm distribuição normal, chamadas não paramétricas, a mediana e o intervalo interquartil são medidas apropriadas de síntese e de variabilidade.
Ao contrário do que ocorre com as técnicas de estatística descritiva, relativamente fáceis de serem compreendidas pela simples leitura do texto ou de tabelas, a estatística inferencial é mais complexa. Há numerosas técnicas passíveis de serem utilizadas. No relato do artigo, deve-se informar o que foi feito. Um conhecimento básico de estatística e do programa de computação utilizado para os cálculos muito auxilia a preparação do texto.
Por estatística inferencial, inferência estatística ou estatística indutiva, entende-se o processo de emitir conclusões sobre a população com base em observações ou mensurações feitas em amostra dessa população. Implica lidar corretamente com a incerteza dos resultados obtidos, ou seja, com o erro amostral.
Dois enfoques são muito empregados para se lidar com o acaso:
O Guia STROBE, para relato de estudos observacionais, indica: “Descrever todos os métodos estatísticos utilizados, incluindo-se aqueles para controle de fatores de confundimento”
Na prática atual de redação de artigo científico, em que se espera concisão, é impossível fornecer todos os detalhes da análise dos dados; por exemplo, sobre a codificação das variáveis e a lógica que guiou a categorização de variáveis contínuas. Assim, uma seleção do que informar está a cargo de quem redige. A extensão e a profundidade do relato estarão em conformidade com o padrão predominante no periódico ao qual o artigo será enviado e da particularidade da investigação.
REFERÊNCIA
PEREIRA, M. G. Artigos científicos: como redigir, publicar e avaliar. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
Desenvolvido por Alexsander Arcelino